Estamos vivendo em uma sociedade sem tempo, está cada vez mais
difícil conseguir um dia livre para o descanso e conseqüentemente para
participar dos cultos regulares na igreja. Como prova disto a
multiplicação dos cultos on-line.
Há algum tempo foi criada uma lei que autoriza os estabelecimentos
comerciais trabalharem aos domingos, muitas empresas também tem
expedientes produtivos aos finais de semana, infelizmente perdemos a
cultura do final de semana do período de descanso.
Todo dia é dia de trabalho, “tempo é dinheiro”. Isto sem falar
daqueles que trabalham e estudam, ou ainda daqueles que trabalham em
turnos alternados, nestes casos as dificuldades são ainda maiores.
Diante destas dificuldades, muitos cristãos se vêem privados de
cultuar nas reuniões regulares dos finais de semana. Sempre que possível
estão presentes, porém nos ambientes legalistas estas pessoas são
sempre julgadas em seu retorno como aqueles que estavam desviados, a
mensagem do púlpito é dirigida a estes.
São os “bons filhos que retornaram a casa, que estavam mortos, mas
ressuscitaram”. Agora vamos pensar… Quem disse que estavam desviados?
Quem disse que estavam mortos? É possível que estes, que estiveram
impossibilitados de frequentar a igreja em algumas reuniões, por alguns
finais de semana, tenham buscado mais ao Senhor do que aqueles que
sempre estiveram presentes (notem isto é um dado intangível), mas em seu
retorno são julgados pelos que tiveram a oportunidade
de frequentar assiduamente as reuniões e demais eventos.
Sabemos da necessidade de congregar as pessoas para adorar a Deus, de
terem comunhão umas com as outras sabemos, e lutamos por isso! Mas é
triste perceber ambientes que nutrem uma teologia fraca, uma doutrina
bíblica raquítica, que por meio da ida ao templo julgam as pessoas
quanto a sua salvação e permanência no Senhor.
Diversas pessoas acabam se afastando da igreja por não conseguirem,
nunca, alcançar o padrão de freqüência exigido pela comunidade.
Isto é
muito comum, a abordagem ao sujeito que em determinada reunião ou
festividade não pode estar presente, na maioria das vezes é a seguinte:
“Sentimos sua falta ontem, você não veio, deixou de ser abençoado”
Novamente… Quem disse que deixou de ser abençoado? Por que não
perguntaram o real motivo de sua ausência? Por que não deram liberdade
(sem fazer cara feia) para seguinte resposta: “por que estava
trabalhando ou simplesmente porque não quis, fiquei com minha família!”
Abordagens como estas esgotam e fadigam as pessoas.
O cenário citado acima demonstra uma contribuição negativa, presente
nos ambientes legalistas. Ao aferirem a espiritualidade de seus membros
pela frequência aos cultos e demais eventos da igreja estão, sem saber,
contribuindo para o crescimento de um grupo denominado pelo escritor
Alan Corrêa como “Dissidentes da Igreja”,
nesta obra o autor explana com maior profundidade aspectos relacionados
a um número crescente de pessoas que tem desistido da igreja (Os
desigrejados).
por Rodrigo Silva
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