sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Deus como Pai e a Igreja como Mãe

O que seria de nós, como seguidores de Cristo, sem a Igreja? Não é fácil responder a esta pergunta de forma curta e clara. E diante deste desafio, nos damos conta do que Santo Agostinho já dizia: Jesus e os seus seguidores formam, juntos, o Cristo Total. Jesus é a cabeça da Igreja, e nós todos somos seu corpo. O corpo unido pela Eucaristia, que se faz um com o próprio Jesus.

É um erro tentar separar os dois. Seria como negar que Jesus Cristo elegeu doze seguidores para perpetuar seu trabalho, realizando obras bem maiores do que as que ele fez (Jo 14,12) e garantindo que Ele estaria presente todos os dias até a consumação dos tempos.

O mistério da Igreja já estava claro mesmo para a primeira comunidade cristã. São Paulo usa a imagem da Igreja para servir de referência na relação entre marido e esposa. Neste contexto, declara que «Cristo é a cabeça da Igreja e o salvador do corpo», que «a Igreja está sujeita a Cristo», e «Cristo amou a Igreja e se entregou por ela, a fim de purificá-la com o banho da água e santificá-la pela Palavra, para apresentar a si mesmo a Igreja, gloriosa, sem mancha nem ruga, ou coisa semelhante, mas santa e irrepreensível». Garante ainda que Cristo alimenta a Igreja e dela cuida (Ef. 6,21-33).

Diante disto, irmãos, não acreditemos quando nos dizem que a Igreja é uma invenção dos homens. Interessante observar que no século III São Cipriano já afirmava: «Não pode ter Deus por Pai quem não tem a Igreja por mãe.» Quem de nós permite fica passivo a uma agressão contra a sua mãe?

«Visitai esta Mãe que vos gerou. Vede o que ela vos deu: Uniu a criatura ao Criador; dos servos fez filhos de Deus; dos escravos dos demônios, irmãos de Cristo. Não sereis ingratos a tão grandes benefícios se lhes oferecerdes a alegria de vossa presença. Ninguém pode sentir que Deus o ama se despreza a Igreja mãe. Esta mãe santa e espiritual prepara-vos cada dia alimento espiritual... Ela não quer que seus filhos tenham fome desse alimento. Não abandoneis esta mãe, para que ela vos sacie da abundância de sua casa... vos recomende a Deus Pai como filhos dignos e vos conduza, livres e com saúde, à pátria Eterna, depois de vos ter alimentado com Amor. (Santo Agostinho)»
É normal vermos algumas pessoas criticando a Igreja por determinadas doutrinas, ensinamentos, quando na realidade o que ela faz não é outra coisa senão defender os ensinamentos do próprio Cristo. Está tudo nas Escrituras e no ensinamento transmitido pela sucessão apostólica.

Também está em moda uma postura «religiosa» onde só se discute a bíblia, sem religião. Como se esta fosse ruim.

Portanto, tenhamos pela Igreja o mesmo amor que temos a Cristo. Tenhamos pela Igreja o mesmo respeito que temos pela nossa mãe. Tenhamos pela Igreja a mesma generosidade que teve Cristo, ao santificá-la e por ela se entregar. Sejamos fiéis!

Fonte: http://www.depositodafe.com/

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

OS DESIGREJADOS
Resposta a uma Entrevista


1) Como líder cristão com larga trajetória na chamada "igreja institucional" e já há cerca de 12 anos com o Caminho da Graça, que leitura o senhor faz do crescimento desse movimento de "desigrejados" no país - fenômeno que, além de envolver mais e mais pessoas, já é objeto de teses, dissertações e livros?
Resposta: 


Não tenho dúvidas quanto ao fato de que houve alguns fatores a contribuir pra o ocorrido, conforme eu vinha dizendo desde 1982. Mas foi a Hipocrisia Moral e Relacional e a Teologia da Properidade, com tudo o que veio à reboca, os fatores que mais contribuíram para a presente evasão. Há outros fatores, mas estes são os mais importantes. Foi a humilhação do Evangelho o que causou tudo isto! A Palavra foi humilhada pela Imagem e pelo Capital. A Eternidade não tem mais galardão. O galardão é no Tempo. Sim, foi a morte da espiritualidade de Jesus que criou isto; e, digo: é somente o começo, à menos que todos se arrependam de sua apostasia.

2) Ao longo desses anos, o senhor viu reunirem-se ao seu redor milhares e milhares de pessoas que o procuravam para aconselhamento, expor insatisfações com as igrejas e as próprias vidas espirituais e muitas outras demandas. Isso aconteceu por volta de 2001 em diante, tempo em que o atual movimento de refluxo das igrejas, que perdem membros para movimentos e experiências eclesiásticas alternativas, apenas engatinhava. Na sua opinião, qual foi a importância daquele seu trabalho pela internet para o embasamento e mesmo o crescimento desse movimento?


Resposta: Ora, o que eu falei a vida toda, desde sempre, desde 1981 especialmente, se tornou um profecia que hoje está cumprida. Quem lembra, sabe. Todavia, foi de 2001 pra cá, especialmente agora pela www.vemevetv.com.br que o que iniciou claramente em 2001 está ganhando concreções e expressões de uma Crise de Ruptura. Sim, creio que os milhares que hoje concordam comigo não estavam aí nem desde de o início, como depois de 2001 vários que agora concordam, criticavam. Portanto, seria ridiculo negar que nenhuma influência histórica foi mais forte neste aspecto. Porém, foi um fator reativo, não propositivo. Foi a Hipocrisia Moral e Relacional e a Teologia da Properidade, com tudo o que veio à reboca, os fatores que mais contribuíram para a presente evasão, como disse antes.

3) Em números aproximados, quantas pessoas o senhor estima que estão envolvidas em seu ministério virtual e também no Caminho?
Pelo menos 3 milhões de pessoas estão envolvidas ou, no mínimo, alimentando-se do que temos produzido na Internet, e, daí pra frente, nos milhares de grupos espontaneos que estão surgindo em todos os lugares.

4) Como o senhor define sua espiritualidade hoje, em perspectiva, em relação ao que vivia antes, quando estava envolvido ministerialmente com a Igreja Presbiteriana do Brasil?
Resposta: Identica, apenas muito mais profunda, rija e radical na essencia e no dizer. Quanto à Igreja Presbiteriana, como TODOS SABEM, nunca teve nenhum papel que me fosse inibidor ou coibidor. Eu jamais aceitaria. Quem me conhece, sabe.

5) O senhor acredita que é possível uma plena vivência espiritual e uma efetiva vida cristã por parte daquelas pessoas que abandonam a igreja e preferem uma experiência particular de fé?
Resposta:


O Caminho é Jesus. A Igreja Corpo é parte do Importância da Fé, não da Essencia da Fé. Mas a "igreja" fenômeno histórico é apenas uma agremiação que pode ser boa ou má. Por isto a Igreja vencerá, mas milhões de "igrejas" sucumbirão. Quem é de Jesus é Igreja, mesmo quando não está na agremiação que se corrompeu. Todavia, todo aquele que é Igreja porque é de Jesus com consciência histórica do significado espiritual da mutualidade e da comunhão sincera de amor humano, nunca deixa de se congregar, posto que mesmo fora da agremiação/igreja, nunca deixam de buscar vínculos humanos de fé. Igreja são dois ou três reunidos em Seu Nome. O que mais é Igreja?

6) O senhor se considera um crítico do modelo eclesiástico convencional (ou apenas das lideranças)? Quais são, a seu ver, suas principais deficiências do formato “templo/culto/liderança/administração eclesiástica”?
Resposta:
Não sou critico apenas do "modelo". O "modelo" é resultado do "conteúdo". Portanto, é a perversão do Evangelho puro e simples de Jesus que gera esse modelo anti-humano, anti-amor, anti-sinceridade, anti-verdade, anti-solidariadade, anti-cristo - no sentido de que é contra o espírito do Evangelho de Jesus.
O problema não é o Templo e nem o modo, mas o conteúdo da "mensagem". É aí que está a morte de tudo. Onde quer que haja Evangelho tudo fica à serviço dele. Mas até hoje não me entenderam. Quem sabe um dia...

7) O chamado fenômeno dos "desigrejados" tem crescido muito no Brasil. Além de comunidades e congregações cristãs de perfil mais alternativo, aumenta sem parar o número de grupos de crentes que, por afinidade etária, cultural ou outros interesses comuns - como aquela crítica à qual já nos referimos - preferem congregar apenas entre si, nas próprias casas ou em espaços que nada têm a ver com o modelo convencional de igreja. Esse crescimento é atestado pela quantidade de livros e teses sobre o assunto e pelos debates que têm provocado. Como o senhor enxerga o ganho de espaço por parte deste movimento e no quê ele representa uma “ameaça” à hegemonia das igrejas convencionais?
Resposta: 


Os "desigrejados" que se reunem em pequenos grupos de amor são de fato os igrejados. Desigrejado, do ponto de vista do Evangelho, é esta massa levada pelo sistema perverso das instituições das franquias de "Deus", e que se tornaram piores para o Evangelho dos os demonios e o diabo. As "igrejas/agremiações" continuarão... Sempre haverá público e necessidade pagã de um grande Templo. São as Piramides do Cristianismo. Entretanto, se ainda houver uma revolução do amor de Deus no mundo pela expressão explicita do povo/igreja, esta será atraves de milhões de pequenos grupos, de amor singelo, de pregação com a vida, e mediante a prática da existência de serviço humilde. Jesus disse: "Eu vos dei o exemplo". E mais: "Se vocês se amarem, o mundo crerá que fui enviado". O mais é esacândalo contra a simplicidade do Evangelho e contra os ensinos e modos de Jesus, o Mestre e Senhor. Ora, como meu compromisso é com Ele, não tenho alma a doar a qualquer imitação.

8. No Caminho e também nas mídias sociais e virtuais onde o senhor atua ministerialmente, quais são as principais queixas e demandas de ex-membros de igrejas em termos de aconselhamento?
Resposta: 


Hipocrisia extrema, promiscuidade indizível, roubo explicito, velada apropriação indébita, abusos que vão do sexual ao psicológico, ameaças de morte via maldição e suspeção da "cobertura espiritual", total falta de expressões de bondade e altruísmo, e, portanto, completa entrega ao materialismo e ao estelionato. Além de tudo a maioria se queixa das Disnatias Eclesiásticas; ou seja: aos muitos "papados evangélicos". Ora, há muito mais. 
Mas essas são as queixas mais recorrentes!
Caio